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Por mais erudito que um homem seja, por mais perfeita que
seja sua capacidade de expressão, mais ampla sua visão das coisas, mais
grandiosa sua eloqüência, mais simpática sua aparência, nada disso toma o lugar
do fervor espiritual. É pelo fogo que a oração sobe aos céus. O fogo empresta
asas à oração, dando-lhe acesso a Deus; comunica-lhe energias e torna-a
aceitável diante do Senhor. Sem fogo não há incenso; sem fervor não há oração.”
E. M. Bounds
“Pela fé e pela oração, fortaleça as mãos frouxas e firme os joelhos
vacilantes. Você ora e jejua? Importune o trono da graça e seja persistente em
oração. Só assim receberá a misericórdia de Deus.”
“Antes de ocorrer o grande avivamento de Gallneukirchen, Martin Boos passava
horas e horas, dias e dias, e até noites em oração, intercedendo sozinho,
agonizando perante Deus. Mas quando ele pregava, sua palavra era como fogo, e o
coração dos ouvintes, como capim seco.”
D. M. McIntyre, D. D.
Na igreja moderna, a reunião de oração é uma espécie de
Cinderela. Essa serva do Senhor é desprezada e desdenhada porque não se adorna
com as pérolas do intelectualismo, nem se veste com as sedas da Filosofia, nem
se acha ataviada com o diadema da Psicologia. Mas se apresenta com a roupagem
simples da sinceridade e da humildade, e por isso não tem receio de se
ajoelhar.
O “mal” da oração é que ela não se acha necessariamente
associada a grandes façanhas mentais. (Não quero dizer, porém, que se confunda
com preguiça mental.) A oração só exige um requisito: a espiritualidade.
Ninguém precisa ser espiritual para pregar, isto é, a preparação e pregação de
um sermão perfeito segundo as regras da homilética e com exatidão exegética,
não requer espiritualidade. Qualquer um que possua boa memória, vasto conhecimento,
forte personalidade, vontade, autoconfiança e uma boa biblioteca pode pregar em
qualquer púlpito hoje em dia. E uma pregação dessas pode sensibilizar as
pessoas; mas a oração move o coração de Deus. A pregação toca o que é temporal;
a oração, o que é eterno. O púlpito pode ser uma vitrine onde expomos nossos
talentos; o aposento da oração, pelo contrário, desestimula toda a vaidade
pessoal.
A grande tragédia de nossos dias é
que existem muitos pregadores sem vida, no púlpito, entregando sermões sem
vida, a ouvintes sem vida. Que lástima! Tenho constatado um fato muito
estranho que ocorre até mesmo em igrejas conservadoras: a pregação sem unção. E
o que é unção? Não sei. Mas sei muito bem o que é não ter unção (ou pelo menos
sei quando não estou ungido). Uma pregação sem unção mata a alma do ouvinte, em
vez de vivificá-la. Se o pregador não estiver ungido, a Palavra não tem vida.
Pregador, com tudo que possuis, adquire a unção.
Irmão, nós poderíamos ter a metade da capacidade
intelectual que possuímos se fôssemos duas vezes mais espirituais.
A pregação é uma tarefa espiritual.
Um sermão gerado na mente só atinge a mente de quem o ouve. Mas gerado no
coração, chega ao coração. Um pregador espiritual, sob o poder de Deus, produz
mentalidade espiritual em seus ouvintes. A unção não é uma pombinha mansa
esvoaçando à janela da alma do pregador; não. Pelo contrário; temos de batalhar
por ela e conquistá-la. Também não é algo que se aprenda; é bênção que se obtém
pela oração. Ela é o prêmio que Deus concede ao combatente da fé, que luta em
oração, e consegue a vitória. E não é com piadinhas e tiradas intelectuais que
se chega à vitória no púlpito, não. Essa batalha é ganha ou perdida antes mesmo
de o pregador pôr os pés lá.
A unção é como dinamite. Não é recebida
pela imposição de mãos, nem tampouco cria mofo se o pregador for lançado numa
prisão. Ela penetra e permeia a alma; abranda-a e tempera-a. E se o martelo da
lógica e o fogo do zelo humano não conseguirem quebrar o coração de pedra, a
unção o fará.
Que febre de construção de templos estamos presenciando
hoje. No entanto, sem pregadores ungidos, o altar dessas igrejas não verá
pecadores rendidos a Cristo. Suponhamos que todos os dias diversos pescadores
saiam para o alto-mar com seus barcos, levando o mais moderno equipamento que
existe para o exercício deste ofício, mas retornem sempre sem apanhar um só
peixe. Que desculpa poderiam dar para tal fracasso? No entanto é isso que
acontece nas igrejas. Milhares delas estão abrindo as portas dominicalmente, mas
não vêem conversão. Depois tentam encobrir sua esterilidade interpretando
textos bíblicos a seu bel-prazer. Mas a Bíblia diz: “Assim será a palavra que
sair da minha boca: não voltará para mim vazia...”
E o mais triste em tudo isso é que o fogo que devia haver
nesses altares encontra-se apagado ou arde em combustão muito lenta. A reunião
de oração está morrendo ou já morreu. Com a atitude que temos em relação à
oração, estamos dizendo ao Senhor que o que ele começou no Espírito, nós
terminaremos na carne. Qual é a igreja que pergunta a um candidato ao
ministério quanto tempo ele passa diariamente em oração? A verdade é que o
pregador que não passa pelo menos duas horas por dia em oração, não vale um
vintém, por mais títulos que possua.
A igreja hoje se acha como que postada na calçada
assistindo, entre aflita e frustrada, à parada dos maus espíritos (...) que
marcham pomposamente no meio da rua respirando ameaças contra “tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama”. Além disso, no lugar da regeneração, o diabo
colocou a reencarnação; no lugar do Espírito Santo, os espíritos-guias; no
lugar do verdadeiro Cristo, o anticristo.
E o que a igreja tem para contrapor aos males da
pós-modernidade? Onde está o poder espiritual? A impressão que se tem é que,
ultimamente, uma forte sonolência tomou o lugar da oposição religiosa, nos
púlpitos e também nas publicações evangélicas. Quem hoje batalha
“diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”? Onde
estão os combatentes divinamente ungidos de nossos púlpitos? Os pregadores, que
deviam estar “pescando homens”, parecem estar pescando mais é o elogio deles.
Os que costumavam espalhar a semente, agora estão colecionando pérolas
intelectuais. (Imagine só, semear pérolas num campo!)
Chega dessa pregação estéril, espiritualmente vazia, que é
ineficaz, porque foi gerada num túmulo e não num ventre, e se desenvolveu numa
alma sem oração, sem fogo espiritual! É possível alguém pregar e ainda assim se
perder; mas é impossível orar e perecer. Se Deus nos chamou para o seu
ministério, então, prezados irmãos, insisto em que precisamos de unção.
Com tudo que possuis, adquire a
unção, senão os altares vazios de nossas igrejas serão exemplos vivos de nosso
intelectualismo ressequido.
FONTE: http://perolasdoevangelho.blogspot.com.br E http://editorabetania.com.br