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O pastor da Igreja Betesda lista os motivos que fazem com que o Espírito de Deus deteste quem cria contenda
Um dia antes de anunciar a decisão de se ausentar das redes sociais e de seu blog, o pastor Ricardo Gondim escreveu um texto falando sobre o pecado.
Em seu ponto de vista, muitos cristãos estão se fixando em condenar
pecados sexuais, sendo que biblicamente há situações que Deus abomina
mais do que essas, como por exemplo a maledicência.
O líder da Igreja Betesda cita o texto de Provérbio 6.16 a 19
destacando que quem fala falsamente e quem semeia contenda está
cometendo coisas que o Senhor abomina.
“Deus odeia toda maldade que gera morte, mas detesta, abomina,
maledicência, calúnia, boataria. O Senhor execra a difamação com
veemência. Por que não se combate precisamente o mal que pode
desencadear a ira divina?”, questiona Ricardo Gondim.
Se focando no pecado da maledicência, ele explica os motivos que
fazem com que Deus se aborreça tanto desse pecado. Um desses motivos,
segundo ele, é que o maledicente procura na intimidade alheia para
encontrar o que possa criticar. “É hiena com fome de carniça. O
caluniador se alimenta de notícias estagnadas. Ele sabe revolver as
fossas do passado – fossas podres. O mundo do caluniador rodopia em
frases retalhadas de eventos que deveriam jazer no mar do esquecimento”.
Ele que foi vítima de críticos tem propriedade para mostrar o que a
maledicência pode trazer para a vida de alguém e por isso escreve com
tanta propriedade os motivos que fazem com que Deus se aborreça tanto
de tal pecado.
“Por que o maledicente precisa de cúmplices. Ele só age em
quadrilha. Amparado por gente de coração diminuto, espalha o vírus da
notícia imprecisa. Procura não aparecer. Basta esperar que a informação
suspeita se espalhe pela boca rancorosa de simplórios”, escreve.
Leia na íntegra:
O pecado que trará o fim do mundo
Ricardo Gondim
Ricardo Gondim
Percebo uma zanga generalizada sobre determinados pecados. “O
mundo vai de mal a pior; estamos perto do fim”, alertam. “Mas quais
pecados aceleram o fim do mundo?”, pergunto. “Promiscuidade sexual”,
respondem; e ainda avisam: “Se não acontecer um avivamento puritano,
semelhante ao inglês no tempo da rainha Vitória, vai chover fogo e
enxofre”. Insisto; minha inquietação é grande: “Por que tanta ênfase no
pecado sexual?”.
Não vamos falar de uma iniquidade que Deus odeia, ou melhor, que ele abomina? O livro de Provérbios é categórico:
Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma abomina:
olhos altivos, a língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente,
e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a
correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras,
e o que semeia contendas entre irmãos – Provérbios 6.16 9. (o grifo é meu).
e o que semeia contendas entre irmãos – Provérbios 6.16 9. (o grifo é meu).
Deus odeia toda maldade que gera morte, mas detesta, abomina,
maledicência, calúnia, boataria. O Senhor execra a difamação com
veemência. Por que não se combate precisamente o mal que pode
desencadear a ira divina? O nono mandamento da Lei de Deus não deixava
dúvida, Javé não tolera quem semeia suspeita: “Não dirás falso
testemunho contra o teu próximo”.
Por que Deus aborrece a maledicência com tanta força?
Porque o maledicente só desopila o baço quando,
insatisfeito em arranhar uma reputação, busca destruir uma história. O
caluniador crava as unhas na vida de pessoas que admira com ânsia de
matar.
Porque o maledicente fuça a intimidade alheia
para suscitar o que não presta. Para isso gosta de ambientes mal
cheirosos. É hiena com fome de carniça. O caluniador se alimenta de
notícias estagnadas. Ele sabe revolver as fossas do passado – fossas
podres. O mundo do caluniador rodopia em frases retalhadas de eventos
que deveriam jazer no mar do esquecimento. Quando retalha conversas,
pinça revelações de contextos íntimos; e joga ao vento com o intuito
de arrasar.
Porque o maledicente se contenta em sussurrar
meias verdades. Ele aumenta, nunca inventa. Sua especialidade é
imaginar. Evita o risco da calúnia com vagas insinuações. Fantasia, e
espalha como fato, o que suspeita. O difamador não passa de rato. Seus
movimentos são ágeis pelos esgotos da dúvida. Seu mundo necessita de
penumbra; suas alucinações não resistem à luz. Necessita de lusco fusco
para que todos fiquem pardos.
Porque o maledicente é escorregadio. Adora o
discurso conservador para se proteger de atos falhos, de pequenas
escorregadelas. É ortodoxo. Gosta de discutir literalidade; detesta a
sua subjetividade. Montado em lógicas incontestes, evita que outros
percebam o desconforto que nutre consigo mesmo. A fofoca espalhada
serve para esconder a alma exangue do detrator. Como diz José
Ingenieros, ele quer empanar “a refutação alheia para diminuir o
contraste com a própria”. Quando sugere a dúvida, acredita que a sua
leviandade diminuirá o discernimento das pessoas.
Por que o maledicente precisa de cúmplices. Ele
só age em quadrilha. Amparado por gente de coração diminuto, espalha o
vírus da notícia imprecisa. Procura não aparecer. Basta esperar que a
informação suspeita se espalhe pela boca rancorosa de simplórios. A
maquinação da maldade não carece de sua supervisão. E não falta gente
baixa. Sobra quem se deleita em assistir ao espetáculo de uma biografia
enxovalhada na sarjeta. Ele se delicia em saber que outros terminaram o
serviço sujo que ele só começou. Desdenha a Bíblia, que tanto repete:
“Não se alegre quando o seu inimigo cair, nem exulte o seu coração
quando ele tropeçar…”.
Porque o maledicente saliva na iminente
derrocada de quem, na verdade, admira. Depois que sabe da desgraça se
refastela. Seu sorriso tem uma satisfação satânica. Ele deseja o que o
outro desfrutava. Seu ódio é proporcional à admiração. Agora, acredita
que não existe mais ninguém acima de si. A língua é fogo, muitas vezes
incandescida pelo inferno. A língua produz um mundo de iniquidade e só
precisa de uma fagulha para incendiar o curso de uma reputação. Para
acabar com alguém, bastam uma breve insinuação, um cenho franzido, um
gesto hesitante.
Porque o maledicente é dono de uma perfídia
maldosa. Ele é mestre nas perguntas capciosas. Sua intenção é ouvir
o segredo e deixar pontos de interrogação no ar: “Será?”; “Foi assim
mesmo?” Para isso, oscila sordidamente entre a piedade e a detração.
Com a mesma língua bendiz a Deus e amaldiçoa a história de alguém
criado à imagem e semelhança do Deus, que ele jura adorar. Se não
consegue destruir a biografia, o testemunho observado objetivamente, o
caluniador questiona as intenções. Gosta de fazer juízo de valores
porque a subjetividade é frágil. Vale-se de seus esgotos interiores
para julgar e sentenciar. Davi pecou, mas teve a graça de escolher que
tipo de punição sofreria. “Prefiro cair nas mãos do Senhor, pois grande
é a sua misericórdia, a cair nas mãos dos homens”. O padre Antônio
Vieira comentou a passagem: “O juízo dos homens é mais temeroso do que
o juízo de Deus; porque Deus julga com entendimento, os homens julgam
com a vontade”.
Porque o maledicente nunca quer ser justo. Sua
verdade nasce da sua antipatia. Indisposto, exerce um juízo manchado de
inveja. Mal discerne que suspeita, dúvida e sentença veem contaminada
com aversão. O acusador não quer saber que encarna a perigosa serpente
do Apocalipse e que terá o mesmo destino.
Porque o maledicente, antes de apontar o dedo,
esquece de Provérbios: As palavras do caluniador são como petiscos
deliciosos; descem saborosos até o íntimo. Como uma camada de esmalte
sobre um vaso de barro, os lábios amistosos podem ocultar um coração
mau. Quem odeia disfarça suas intenções com lábios, mas no coração
abriga a falsidade. Embora a sua conversa seja mansa, não acredite
nele, pois o seu coração está cheio de maldade. Ele pode fingir e
esconder o seu ódio, mas a maldade será exposta em público. Quem faz
uma cova, nela cairá; se alguém rola uma pedra, esta rolará sobre ele –
(26.22-27).
FONTE: www.gospelprime.com.br
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