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Quando
lemos Rm 1:16, entendemos que Paulo não estava envergonhado do
evangelho. Isso pode parecer algo incomum para nós, que ele tenha
feito essa declaração, sendo um apóstolo, o principal portador do
evangelho de Jesus Cristo.
Mas
quero enfatizar que, na carne, Paulo teria muitas razões para estar
envergonhado do evangelho, porque o evangelho que ele pregava
contradizia tudo que se cria ser verdade e tudo que se acreditava ser
sagrado em sua cultura.
Agora, prestem atenção nisso: Paulo não tinha nenhum intento de ser relevante à sua cultura. Ele não tinha nenhuma intenção de fazer um acordo com ela, adaptar sua mensagem a ela, por um embrulho em sua mensagem ou qualquer outro tipo de absurdo que se tem tornado tão proeminente na comunidade evangélica de hoje.
Para
o Judeu, o evangelho de Paulo era o pior tipo de blasfêmia, porque
declarava que o Nazareno que morreu nesta cruz amaldiçoada, era o
Messias – o Filho de Deus.
Para
o Grego, era o pior tipo de absurdo, porque declarava que este Judeu
de um lugar distante era, na verdade, Deus em carne.
Por
isso, Paulo sabia que, quando abrisse sua boca para proclamar o
evangelho, ele seria completamente rejeitado e ridicularizado com
desprezo, a menos que o Espírito Santo interviesse e movesse sobre
os corações e mentes dos que escutavam. Isso é o que ele sabia.
Isso é o que você deve saber. Se você está pregando o evangelho
de maneira correta, ele será um escândalo. Se você tentar diminuir
o escândalo, não estará mais pregando o evangelho.
Plínio,
o jovem, escreveu: “Depois
de examinar duas meninas escravas cristãs sob tortura, eu descobri
nada mais do que uma superstição perversa e extravagante”.
No
diálogo “Octávius”, por Minúncius Felix, ele fala sobre o
cristão: “Suas
cerimônias se concentram em um homem executado por seu crime, sob a
fatal madeira da cruz.”.
E
diz ainda: “Os
cristãos apresentam delírios doentes, uma superstição louca e sem
sentido, que leva a destruição de toda religião verdadeira”.
Sei que posso ofender alguns com o que irei escrever adiante, mas a verdade é que a maioria das estratégias modernas, para o “crescimento da Igreja”, usadas pelas Igrejas Evangélicas se focam principalmente nisso que acabo de citar acima.
No
Oráculo de Apolo, preservados nos escritos de Agostinho, em resposta
a pergunta de um homem sobre o que podia fazer para livrar a sua
esposa da Fé Cristã, ele disse: “Deixe
que ela continue, como queira , persistindo em seus delírios vãos.
Lamentando com cânticos a um Deus que morreu em delírios e foi
condenado por Juízes, cujo veredito foi justo, além de ser
executado no princípio de sua vida com a pior das mortes, uma morte
atada com ferro”.
Lucian(praticamente
o Voltaire da antiguidade) zomba dos cristãos em sua obra “De
Morte Peregrine”. Descrevendo-os como: “Pobres
diabos, que negam os deuses gregos, além disso, honram a esse
sofista crucificado e vivem de acordo com sua lei”.
Na
obra original, “Contra Celsius”, Celsius declara: “Que
mulher velha e bêbada, contando histórias para um menino dormir não
se envergonharia de resmungar coisas tão absurdas?”
Atualmente,
o evangelho não é menos ofensivo, pois continua contradizendo a
cada residente ou “ismo” presente em nossa cultura.
Relativismo, Pluralismo e Humanismo
Primeiro,
vivemos numa época de Relativismo.
Um sistema de crença que se baseia na certeza absoluta de que não
existem certezas absolutas.
Hipocritamente
aplaudimos aos homens por buscarem a verdade, mas logo pedimos a
execução pública de qualquer um que admite tê-la encontrado.
Vivemos
numa época de obscurantismo auto-imposto. Porque? As razões para
isso são claras! O homem natural é uma criatura caída, moralmente
corrupta e está empenhado em ter autonomia, isto é, governar-se a
si mesmo. Ele odeia Deus, pois é justo; e odeias as leis de Deus,
pois elas o censuram e restringem sua maldade. Ele odeia a verdade,
pois expõe quem ele é e aflige o que lhe restou da consciência.
Portanto
o homem caído busca empurrar a verdade, especialmente a verdade
sobre Deus, o mais longe possível dele, afim de eliminá-la.
Ele
irá a qualquer extremo para suprimir a verdade, até mesmo ao ponto
de intentar que a verdade é algo que não existe, ou, se na verdade
existe, não pode ser conhecida ou não possui relevância alguma em
nossas vidas.
Perceba isso com respeito ao Evangelho. Nunca é o caso de um Deus escondido, mas sim do homem que se esconde. O problema nunca foi o intelecto, mas a vontade. Eu não creio que a Bíblia dê algum espaço para o ateísmo. São mentirosos os que aborrecem a Deus e empurram a verdade para fora de suas mentes, pois não existe tal coisa como ATEU. Pois, apesar de tudo, eles sabem.
Como
um homem que esconde sua própria cabeça na areia para evitar um
rinoceronte, o homem moderno nega a verdade do Deus justo e de moral
absoluta. Com a esperança de silenciar a sua consciência e tirar de
sua mente o Juízo que sabe que deve vir.
Agora,
o evangelho cristão é um escândalo para o homem envolvido com o
relativismo,
e para sua cultura, pois ele faz exatamente o que o homem mais deseja
evitar. Desperta-o do adormecimento auto-imposto para a realidade de
sua natureza caída e rebelde, e o chama a rejeitar a
auto-suficiência e o auto-governo e se submeter a Deus através do
arrependimento e fé em Jesus Cristo.
Segundo,
vivemos também numa época de Pluralismo.
Um
sistema de
crença
que põe fim à verdade ao declarar que tudo é verdade.
Vocês entendem o que estou dizendo? Quando tudo é verdade; quando declarações contraditórias que são diametralmente opostas são etiquetadas como verdades, o resultado é a morte da VERDADE.
Prestem
atenção, o que vou dizer agora pode ser difícil de entender para
os cristãos contemporâneos, mas os cristãos que viveram nos
primeiros séculos da fé cristã foram marcados e perseguidos como
ATEUS. E você também o será, se um avivamento não ocorrer nesse
país. Esta será uma das razões pelas quais você irá para prisão.
Seguindo,
a cultura que rodeava o Cristianismo estava mergulhada em Teísmo. O
mundo estava cheio de imagens de deidades e a religião era um
negócio crescente. Os homens não só toleravam as deidades dos
outros, mas também as trocavam e as compartilhavam como se fossem
cartões de beisebol.
O
mundo religioso inteiro estava funcionando muito bem até que os
cristãos apareceram e declararam que os deuses feitos por mãos
humanas não eram deuses de verdade. Eles se negavam a dar aos
Cesares as honras que lhes eram exigidas. Recusavam-se a dobrar os
joelhos diante dos outros supostos deuses e confessavam apenas a
Jesus como Senhor de tudo. Por isso, foram rotulados como ATEUS.
O
mundo inteiro via essa “arrogância assombrosa” e reagia com
fúria contra os cristãos por sua intolerância contra a tolerância.
Vejam essas palavras: “Arrogância Assombrosa”! Esse mesmo cenário abunda em nosso Mundo atualmente.
Contra
toda lógica, é-nos dito que todos os pontos de vista com respeito a
religião e a moralidade são Verdadeiros sem importar quão
radicalmente diferentes sejam ou quão contraditórios possam ser. O
aspecto mais esmagador de tudo isso é que através de esforços
incansáveis do mundo acadêmico e dos meios de comunicação isto se
tem convertido na opinião da maioria.
De
qualquer maneira, o Pluralismo
não aponta a cura da Maldade. Somente anestesia o paciente para que
não possa sentir ou pensar!
Já
o Evangelho é um escândalo porque desperta o homem de sua
sonolência e se nega a deixá-lo repousar sobre um fundamento tão
ilógico. Obriga-o a chegar a uma conclusão. “Quanto tempo mais
você irá hesitar entre duas opiniões? Se Deus é o Senhor, siga-o;
se é Baal, siga-o.”
O
verdadeiro Evangelho é radicalmente exclusivo.
Eu nunca pensei que teria que dizer isso a evangélicos. Nunca pensei que viria o dia em que teria que falar a evangélicos que o Evangelho é radicalmente exclusivo. Nunca pensei que iríamos perder a Cristo como único caminho.
O
verdadeiro Evangelho é radicalmente exclusivo. Jesus não é UM
caminho, mas sim O caminho. E todos os demais caminhos não são
caminhos de forma alguma.
Agora prestem atenção, pois isso é o que está acontecendo hoje em dia.
Se
o Cristianismo simplesmente se mover um pequeno passo rumo a um
ecumenismo mais tolerante e alterar o artigo definido “O” em “O
Salvador” pelo artigo indefinido “um” em “um salvador” o
escândalo será removido, o mundo e o cristianismo se tornariam
amigos.
Você
percebe isso? Se simplesmente dissermos que Jeová é “um” Deus,
já não teríamos mais perseguição sobre nós. Se simplesmente
dissermos que Jesus é “um” salvador, convidar-me-iam para o
programa da Oprah Winfrey.
Vocês
percebem isso? Todo o escândalo seria removido. “Se
somente dissermos que Ele é o nosso salvador. Vocês têm o de
vocês, e nós temos o nosso! Não vamos impor nada a vocês! Não
vamos discutir nem dialogar nada. Se esse é o seu caminho, siga-o;
pois eu vou seguir o meu!”
Se
somente dissermos isso, nunca seríamos perseguidos.
Mas
se fizermos isso, o cristianismo deixa de ser cristianismo, nós
deixamos de ser cristãos, Cristo é negado e o Mundo fica sem um
Salvador!
Terceiro,
vivemos numa época de Humanismo.
Durante as últimas décadas, o homem tem lutado para tirar Deus de
sua consciência e de sua cultura. Tem derrubado cada um dos altares
visíveis do único e verdadeiro Deus para construir monumentos
dedicados a si mesmo com o zelo de um fanático religioso.
Isso não é secularismo contra o pensamento religioso. Não pense assim! Porque o “secularista” tem uma religião. E, algumas vezes, ele é muito mais fanático em sua religião do que qualquer cristão pudera ser.
O
homem tem conseguido fazer de si mesmo o padrão central e o fim de
todas as coisas. Ele louva o seu próprio valor inerente, exige
homenagens a sua auto-estima e promove o cumprimento de suas ambições
e auto-realizações como a coisa mais importante a se alcançar.
E se você não crê que isso se tem alastrado dentro do cristianismo. Então você não leu o livro: “Tua Melhor Vida Agora” de Joel Osteen. Porque é exatamente disso que se trata.
Ele
tenta colocar o remorso de sua consciência,(não
se pode remover, está aí para ficar).
Ele tenta explicar o remorso de sua consciência, como o remanescente
de uma religião antiquada de culpa: o Cristianismo.
Ele
livra a si mesmo de qualquer responsabilidade do caos moral que o
rodeia culpando a sociedade, ou, pelo menos, a parte da sociedade que
não tem alcançado a sua “iluminação”.
Qualquer
sugestão, de que a sua consciência pode estar correta em seu
testemunho contra ele mesmo, ou de que ele seria responsável pelas
quase infinitas variedade de maldade no mundo, é IMPENSÁVEL!
Por
esta razão o Evangelho é um escândalo para o homem caído, porque
expõe suas ilusões sobre si mesmo, convence-o de sua queda e de sua
culpa (esse
é o principal e primeiro trabalho do evangelho).
Esta
é a razão pela qual o mundo detesta tanto a pregação do
Evangelho, porque o verdadeiro Evangelho arruína a festa do homem,
faz cair chuva sobre a sua celebração, expõe suas falsas crenças,
e faz ver que o “Imperador está nu”!
As
Escrituras reconhecem que o Evangelho de Jesus Cristo é pedra de
tropeço e uma loucura para todo o homem em todo o tempo.
Não se trata apenas de ser escândalo! Supõe-se que ele DEVE ser um escândalo!
Quem
foi o pregador de avivamento do passado que disse: “Como é
possível que o mundo não tenha ido bem com o homem mais santo que
andou sobre a terra, mas pode viver bem conosco”? Supõe-se que
DEVERÍAMOS ser um escândalo!
Prestem
atenção, não devemos viver como um bando de fanáticos. Não temos
que fazer um monte de loucuras para sermos escândalo. Basta sermos
fiéis a esta única proclamação: Jesus é o Senhor de tudo!
Buscar
remover o escândalo dessa mensagem é anular a cruz de Cristo e seu
poder salvador. Devemos compreender que o Evangelho não é apenas
escandaloso, mas se supõe que deva ser assim.
Através
da loucura do Evangelho, Deus decretou destruir a sabedoria dos
sábios, frustrar a inteligência dos mais brilhantes, e humilhar o
orgulho de todos os homens, com o fim de que nenhuma carne se glorie
em Sua presença, assim como está escrito:
“Mas
o que se gloria, glorie-se no Senhor” II Co 10:17
O
Evangelho de Paulo não só contradisse a filosofia religiosa e a
cultura de seus dias, como também os declarava guerra. (Não
uma guerra política, em militar, mas sim uma guerra espiritual pela
verdade).
Recusava
a trégua ou fazer tratados com o mundo. E não se conformava com
nada menos do que a rendição absoluta ao Senhorio de Jesus Cristo,
até que cada um de nossos pensamentos fosse levado cativo a Cristo.
Faríamos
bem em seguir o exemplo de Paulo. Devemos ser cuidadosos e rejeitar
qualquer tentação em conformar o nosso Evangelho a moda de nossos
dias, ou ao desejo de homens carnais.
OBS: Uma coisa sobre missões. Existe todo tipo de missões nesse mundo. Não necessitamos de mais missões. A maioria delas nem são missões bíblicas. Você que é um novo missionário, as missões devem ser definidas pelo exegeta e pelo teólogo. Pelo estudioso das Escrituras, não pelo Antropólogo ou Sociólogo, nem pelos novos especialistas em novas tendências culturais.
Fazemos evangelismo de acordo com os escritos sagrados das Escrituras e não precisamos da ajuda de Wall Street para isso.
Não
temos nenhum direito de diminuir a afronta do Evangelho, ou civilizar
as suas exigências radicais, com o objetivo de fazê-lo mais
atrativo a um mundo caído ou aos membros carnais da Igreja.
Nossas
Igrejas estão cheias de estratégias para fazê-las mais
“amigáveis”, ao re-encapar o Evangelho, ao remover a pedra de
tropeço, e ao remover o fio da navalha para que seja mais aceitável
para os homens carnais.
Devemos
ser “amigáveis”, mas devemos nos dar conta que somente existe um
que busca e este é Deus! Se não estamos nos esforçando para fazer
uma mensagem para nossa Igreja e a mensagem está “agradável”,
então façamos “agradável” a Ele!
Se
não estamos nos esforçando para fazer de nossa Igreja nosso
ministério, então façamos com a paixão de glorificar a Deus. E
com o desejo de não ofender a sua Majestade.
Lancemos
ao vento o que o mundo pensa de nós. Não estamos aqui para buscar
as honras dos homens, mas sim as honras dos céus.
Conclusão
Nossa
mensagem não somente é um escândalo, como é inacreditável. Quero
que tomem consciência disso. É uma mensagem inacreditável!
Como
disse anteriormente, na carne, Paulo teria todas as razões para
sentir-se envergonhado do Evangelho que pregava. Se tivesse,
entretanto, outro motivo para ter vergonha carnal, o Evangelho é
realmente uma mensagem inacreditável. Um aviso absurdo para os
sábios deste mundo.
Como
Cristãos, muitas vezes falhamos em dar conta do quão assombroso é
quando alguém crê em nossa mensagem. Num sentido, o Evangelho chega
tão longe que sua propagação no Império Romano é prova de sua
natureza sobrenatural, pois ser capaz de atrair um gentil
completamente ignorante sobre o Antigo Testamento, arraigado na
filosofia grega ou em superstições pagãs, que passa a acreditar em
uma mensagem sobre um homem chamado Jesus.
Este
nasceu em circunstâncias questionáveis, numa família pobre, numa
das regiões mais depreciadas do Império Romano e, apesar disso, o
Evangelho declara que Ele era o eterno Filho de Deus, concebido pelo
Espírito Santo no ventre de uma virgem.
Foi
carpinteiro de profissão, um mestre religioso itinerante sem
instrução formal e, apesar disso, o Evangelho afirma que Ele é
superior a sabedoria comum do filósofo grego e dos sábios romanos
da antiguidade.
Foi
pobre e não tinha onde reclinar a cabeça, e, apesar disso, o
Evangelho declara que por 3 anos alimentou milhares pela palavra,
curou todo tipo de enfermidade entre os homens e até ressuscitou os
mortos.
Foi
crucificado fora de Jerusalém, como um blasfemador e inimigo do
Estado, e, apesar disso, o Evangelho declara que sua morte foi o
evento fundamental em toda história da humanidade, e o único meio
para a salvação do pecado e a reconciliação com Deus.
Foi
colocado numa tumba emprestada e, apesar disso, o Evangelho declara
que ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos, apareceu a muitos
de seus seguidores, em 40 dias ascendeu aos Céus e se sentou à
direta do Altíssimo Majestoso.
Portanto,
o Evangelho afirma que um carpinteiro judeu e pobre, que foi taxado
como lunático e considerado um blasfemador por seu próprio povo,
crucificado pelo Estado, é agora o Salvador do mundo, o Senhor dos
senhores, o Rei dos reis e em Seu nome, todo joelho se dobrará,
incluindo os Césares.
Você
tem alguma idéia de como era impossível para qualquer um, nos
tempos de Paulo, crer nesta mensagem? Isso era impossível!!! Quem
poderia ter crido em tal mensagem senão pelo poder de Deus? Não
existe outra explicação!
O
Evangelho não poderia ser levado para fora de Jerusalém, muito
menos ao Império Romano, e a toda nação deste mundo a menos que
Deus tenha estabelecido que isso acontecesse.
A
mensagem teria morrido desde o momento de sua concepção, se tivesse
dependido de habilidades organizacionais, eloqüência, ou poderes
apologéticos de seus pregadores. Todas as estratégias missionárias
do mundo e todas as artimanhas astutas do mercado de Wall Street
nunca poderiam fazer o Evangelho avançar. O tropeço e a loucura do
Evangelho.
Martin
Hengel escreve sobre o escândalo antigo da cruz: “Crer que o único
Filho pré-existente do Deus único e verdadeiro, mediador da criação
e redentor do mundo, tenha aparecido em tempos recentes num lugar
afastado da Galiléia, como um membro da obscura nação dos Judeus,
e pior, tenha morrido a morte de um criminoso comum em uma cruz,
somente pode ser considerado como um sinal de demência total…”
Portanto
esta verdade trás encorajamento e alerta para os que pregam o
evangelho.
Primeiro,
é um incentivo saber que uma proclamação simples e fiel do
Evangelho vai assegurar o seu avanço contínuo no mundo.
Segundo,
é uma advertência para que nós não sucumbamos à mentira de que
podemos fazer avançar o Evangelho através do brilho, eloqüência
ou habilidosas estratégias de crescimento de Igrejas.
Tais
coisas não possuem poder para concretizar a conversão impossível
dos homens. Devemos mergulhar com desespero esperançoso sobre os
únicos meios bíblicos para apresentar o Evangelho. A proclamação
ousada e clara de uma mensagem que só não temos vergonha, mas que
cremos e nos gloriamos, pois é o poder de Deus para a salvação de
qualquer um que crer.
Por
fim, vivemos numa época incrédula e cética. Nossa fé é
ridicularizada, como um mito sem esperança. E somos vistos como
fanáticos de mente fechada, ou vítimas, de mente fraca, de um
engano religioso.
Tal
ataque frequentemente nos coloca na defensiva e tentamos
contra-atacar e provar nossa posição e relevância com apologética.
Não sou contra a apologética, pois algumas formas dessa disciplina
são úteis e necessárias, mas devemos nos dar conta que o poder,
entretanto, está na proclamação do Evangelho.
Não
podemos convencer o homem a crer, assim como não podemos levantar os
mortos. Tais coisas são obras do Espírito de Deus. Os homens são
atraídos a fé somente através da obra sobrenatural de Deus. E Ele
tem prometido trabalhar, não através da sabedoria humana, ou por
habilidades intelectuais, mas através da pregação de Cristo
crucificado e ressuscitado dentre os mortos.
Devemos
enfrentar o fato de que nosso Evangelho é uma mensagem que não se
crê. Não devemos esperar que alguém nos preste atenção, muito
menos que creia, sem a obra graciosa e poderosa do Espírito Santo de
Deus.
Quão
sem esperança é a nossa pregação quando separada do poder de
Deus! Quão dependentes de Deus são todas as nossas pregações!
Todo nosso evangelismo é nada mais que uma incumbência de tolos, a
menos que Deus toque nos corações dos homens.
Não
obstante, Ele tem prometido fazer justamente isso, se pregarmos
fielmente o Evangelho. Está escrito:
“Veio sobre mim a mão do SENHOR, e ele me fez sair no Espírito do SENHOR, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos.
E me fez passar em volta deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos.
E me disse: Filho do homem, porventura viverão estes ossos? E eu disse: Senhor DEUS, tu o sabes.
Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR.
Assim diz o Senhor DEUS a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis.
E porei nervos sobre vós e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o SENHOR.
Então profetizei como se me deu ordem. E houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, cada osso ao seu osso.
E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito.
E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor DEUS: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.
E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.” Ezequiel 37:1-10
O
texto acima representa a conversão dos homens. Quando vamos pregar,
como lemos no texto, sempre seremos um Ezequiel e sempre estaremos
parados em um vale de ossos secos. E, observem, eles estão muito
secos.
Certamente,
nos tempos de Ezequiel não havia nenhuma técnica pata trazer vidas
a ossos secos. A medula estava completamente seca, fora dos
esqueletos. Não era mais que poeira! Não havia técnica, não havia
persuasão, não havia poder, não havia nada que humanamente se
pudesse fazer para trazer esses ossos à vida.
Isso
é evangelismo e seria bom que aprendesse agora. Isso é evangelismo.
Os
homens estão mortos em seus pecados. Não estão somente mortos, mas
são escravos do pecado. A vida, que têm, é só para seguir o
“príncipe deste mundo”.
Eles
aborrecem a Deus; são inimigos de Deus, estão cegos. Fazem tudo em
seu poder para restringir e limitar cada traço de conhecimento que
têm sobre Deus. Trabalham com todas as suas forças para fechar a
sua consciência para que ela não fale.
Preferem
sofrer no Lago de Fogo que dobrar seus joelhos, arrependerem-se e
crerem em Deus.
Agora,
vá e trate em aprender alguma técnica evangelística para trazê-los
a vida. Fazem intermináveis chamadas ao altar para repetir uma
oração. Contam todo tipo de histórias sentimentais. Manipulam suas
paixões, suas emoções e a única coisa que vão obter é um grupo
de filhos duplamente do inferno.
Para
que os homens sejam salvos, há somente uma forma: que um homem, como
Ezequiel, pare no meio deste vale e pregue a única mensagem que Deus
prometeu abençoar, que é o Evangelho de Jesus Cristo!
Quando
estamos buscando missionários, ou quando estamos entrevistando
candidatos, só queremos uma coisa: um homem que sabe que seu
ministério é uma impossibilidade, que os homens não podem ser
convertidos, como tampouco os mortos podem ser ressuscitados, e
mundos não podem ser criados do nada.
Um homem que entenda que tem
somente algumas armas de guerra, mas que são poderosas:
1)
A pregação do Evangelho;
2)
A Oração Intercessória;
3)
O amor sacrificial de doar-se a si mesmo.
Dê-me
homens e mulheres, como estes; e verão como o Evangelho avançará
no mundo.
Quanto
mais você depender de métodos carnais, quanto mais Igrejas tentarem
encher, não por serem bíblicos, mas por encontrarem a última moda
com que podem atrair um maior número de pessoas. Quanto mais
fizermos isso, nunca veremos o poder de Deus.
E
a Igreja em seu desejo de ser relevante, torna-se ridícula frente a
seus inimigos, pois se vocês atraem pessoas usando métodos carnais,
terão que manter essas pessoas usando métodos carnais.
Devemos,
portanto, aprender a viver, pregar na dependência do Espírito Santo
de Deus.
FONTE; http://arautodecristo.com/2011/06/02/artigo-paul-washer-evangelho-loucura-para-a-igreja-pos-moderna/
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