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32.
Gênesis
78
e 7 9. Os povos de Sodoma, cheios de orgulho por sua abundância e grandes
riquezas, esqueceram-se dos benefícios que haviam recebido de Deus e não foram menos ímpios para com Ele do
que ultrajosos para com os homens. Odiavam os estrangeiros, e chafurdaram-se em
prazeres inomináveis.
Deus, irritado pelos seus crimes,
resolveu castigá-los:
destruir a sua cidade de tal modo que não restasse o menor
vestígio dela, tornando o
país tão estéril que jamais
pudesse produzir fruto ou planta alguma.
33.
Um dia, quando Abraão
estava sentado à
porta de sua casa, junto ao carvalho de Manre, três anjos apresentaram-se a ele.
Tomou-os por estrangeiros e, tendo-se levantado para saudá-los, ofereceu-lhes a
sua casa. Os anjos aceitaram a sua hospitalidade. Abraão mandou matar um
vitelo, que lhes foi servido assado com bolos de farinha. Puseram-se à mesa debaixo do
carvalho, e pareceu a Abraão
que eles comiam. Perguntaram-lhe depois onde estava a sua mulher. Ele
respondeu-lhes que estava em casa e mandou logo chamá-la. Quando ela
chegou, disseram-lhe que voltariam algum tempo depois e a encontrariam grávida. A essas
palavras ela sorriu, porque, sendo idosa — tendo já noventa anos, e seu marido, cem —, julgava que fosse
impossível. Então os anjos, não mais se ocultando,
declararam que eram enviados de Deus, um para anunciar-lhes que teriam um filho
e os outros dois para exterminar Sodoma. Abraão, consternado pela ruína daquele povo
infeliz, rogou a Deus que não
fizesse morrer os inocentes com os culpados. Deus respondeu-lhe que não havia lá inocentes e que, se
ao menos dez fossem encontrados como tais, Ele perdoaria a todos os outros. Depois
dessa resposta, Abraão
não ousou mais falar em
favor deles.
34.
Os anjos chegaram a Sodoma, e Ló, a exemplo de Abraão, também se mostrou muito
atencioso para com os estrangeiros, rogando-lhes que ficassem em sua casa. Os
habitantes dessa detestável
cidade, vendo-os tão
belos e tão
apresentáveis, pediram a Ló, em cuja casa eles
haviam entrado, que os entregasse, para que se servissem deles. Esse homem
justo censurou-os, rogando-lhes que tivessem mais compostura, que não lhes fizessem injúria alguma,
ultrajando os estrangeiros que estavam hospedados em sua casa, e que não violassem em suas
pessoas os direitos da hospitalidade. Acrescentou que, se essas razões não os persuadissem,
ele preferia entregar-lhes as próprias filhas. Mas nem isso os
convenceu. Deus contemplava com olhares de cólera a ousadia daqueles celerados, e
feriu-os com tal cegueira que não
puderam achar a saída
da casa de Ló.
Resolveu então
exterminar aquele povo abominável.
Ordenou a Ló
que se retirasse com toda a sua família e avisasse àqueles aos quais as
suas duas filhas, que ainda eram virgens, haviam sido prometidas em casamento
que também partissem. Mas eles
zombaram do aviso, dizendo que era uma das habituais imaginações de Ló. Deus então lançou do céu os raios de sua cólera e de sua vingança contra essa cidade criminosa. Ela foi imediatamente
reduzida a cinzas, com todos os seus habitantes. O mesmo fogo destruiu
toda a região
vizinha, como já
disse na minha história
da Guerra dos Judeus.
35. A mulher de Ló, que fugia com ele,
contrariando a proibição
divina, voltou-se para trás,
a fim de ver a cidade e o terrível
incêndio. Foi
transformada numa estátua
de sal e assim castigada pela sua curiosidade. Falei em outro lugar dessa estátua, que ainda hoje
pode ser vista.
FONTE: Extraído do livro História dos Hebreus de Flavio Josefo.
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