Imagem cedida por: http://cadurinaldi.wordpress.com/2010/10/28/primeiro-sculo-da-era-crist/ |
Esta História do Cristianismo descreve a história da Igreja no Ocidente da Europa até a Reforma. Propomo-nos em seguida, a escrever um resumo da história da Igreja desde a Reforma.
O Breve Esboço dividiu a história em diversas épocas, seguindo a visão profética contida nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. Esta profecia, aparentemente, segue a história da igreja ocidental, e seguiremos o mesmo trilho, depois de dizer umas palavras acerca de outras seções da Igreja.
A IGREJA ORTODOXA, OU GREGA
Nos séculos VI e VII, quando o bispo de Roma procurava obter a supremacia na Igreja universal, os bispos das igrejas no Oriente não queriam reconhecer a sua autoridade. As sedes principais eram Constantinopla (capital do império oriental), Antioquia (capital eclesiástica da Síria), e Alexandria (no Egito). No século VII, os seguidores de
Maomé conquistaram a Síria, a Palestina, e o Egito, destruindo os templos cristãos, e muitas vezes oferecendo aos crentes a alternativa de conversão à religião falsa, ou a morte. As hostes do Islã não entraram na Europa oriental até o século XV. Durante este intervalo, a Sé de Constantinopla resistia à autoridade do papa de Roma. O bispo de Constantinopla é chamado "Patriarca", e os bispos (ou patriarcas) da Igreja Ortodoxa são mais ou menos independentes uns dos outros. A Igreja Ortodoxa está cheia de ritualismo. A liturgia é na língua grega antiga, e também em eslava antiga. A maior parte da península dos Bálcãs, antes da invasão dos turcos, era adepta dessa igreja. Hoje os ortodoxos entendem pouco da sua liturgia, devido ao dialeto ter mudado consideravelmente. Durante os séculos V e VI, diversas raças de eslavos entraram na península, e a liturgia foi traduzida na sua língua, mas hoje este dialeto é também diferente. Ao fim do primeiro milênio, certos missionários entre os eslavos foram à Rússia para evangelizar o povo, e, gradualmente, a religião ortodoxa espalhou-se por entre esse vasto território, até chegar a ser a religião estabelecida pelo governo da Rússia. No ano de 1453, os turcos (maometanos) passaram para a Europa, e a cidade de Constantinopla caiu nas suas mãos, e depois toda a península balcânica. Mais uma vez os maometanos derrubaram as igrejas cristãs mas deixaram a catedral de Santa Sofia em Constantinopla, convertendo-a numa mesquita (templo maometano), mudando a cruz para uma lua crescente (símbolo maometano). A Igreja Ortodoxa sendo perseguida, ficou reduzido o número dos seus adeptos, e muitos fugiram, levando livros e a língua grega para a Europa Ocidental. A Igreja Ortodoxa, porém, persistia. Mais tarde os imperadores da Rússia, sendo da Igreja Ortodoxa, e sempre inimigos da Turquia, protegeram as raças gregas e eslavas na Península, contra os turcos.
A Reforma não influiu na Igreja Ortodoxa. Melanchton, o companheiro de Lutero, escreveu ao Patriarca de Constantinopla, dando-lhe um relatório das doutrinas luteranas, segundo a Confissão de Augsburgo, e sugerindo que a Igreja Oriental aceitasse as doutrinas da Reforma. O Patriarca e seus colegas examinaram as novas idéias, e declararam que eram doutrinas falsas e não podiam aceitá-las. Mais tarde, no ano de 1621, um patriarca piedoso, reconhecendo a Reforma, fez a sugestão aos ortodoxos para que aceitassem o Credo de Calvino. Os jesuítas, porém, fizeram uma grande propaganda contra isso, e, por acusações falsas, conseguiram a morte do bom Patriarca, e assim a Igreja Grega continua até hoje com a sua corrupção.
Durante o século dezenove, os diversos países balcânicos conquistaram sua independência. Quando da Grande Guerra, no ano 1917, a Rússia tornou-se bolchevista e ateia, proibindo qualquer religião no país ou mesmo que nele entrasse uma só Bíblia. Missionários ingleses e americanos têm trabalhado nos países da Península, mas têm encontrado muitas dificuldades, devido à ignorância do povo, e ao fanatismo dos padres e às leis dos governos.
A IGREJA ARMÊNIA
A Igreja Armênia existia no país chamado Armênia, entre o mar Negro e o Cáspio, mas agora está quase extinta. Era um cristianismo corrupto, e no fim do século passado e na primeira metade deste século, quase toda a nação foi exterminada pelos turcos, apesar dos protestos constantes do governo inglês. Hoje, o povo que ainda resta é pobre e está espalhado por diversas nações.
A IGREJA CÓPTICA
A Igreja Cóptica existe no Egito e na Abissínia. Quando os maometanos conquistaram o Egito, os cristãos sofreram perseguições, mas muitos continuaram firmes na fé, e a Abissínia não foi conquistada pelos árabes. A sede do Patriarca é Alexandria e ele é quem sempre nomeia o bispo da Abissínia. Este país foi evangelizado por Frumêncio que entrou ali no ano 330. A religião é um cristianismo corrupto. No século XVI, a Igreja Romana enviou missionários portugueses à Abissínia. Tiveram bom êxito no princípio, mas finalmente foram todos expulsos, e o povo da Etiópia voltou à sua antiga religião. Durante o presente século, diversos missionários ingleses têm trabalhado no país, e foram bem auxiliados pelo imperador Haile Selassie. Era um homem de fé e retidão, mas foi obrigado a fugir na guerra de 1935, quando os exércitos da Itália conquistaram todo o país. O governo italiano expulsou todos os missionários, e os italianos mataram muitos dos crentes indígenas. No ano de 1941, os italianos foram expulsos pelos exércitos britânicos, e o Imperador voltou à sua pátria, e prometeu ajudar tanto quanto possível os missionários que voltaram.
A IGREJA NO OCIDENTE DA EUROPA
Devemos voltar ao nosso assunto principal, que é a história da Igreja na Europa Ocidental. Temos notado, nas primeiras quatro igrejas da visão profética de Apocalipse capítulos 2 e 3 um desenvolvimento. O estado de Esmirna desenvolve-se no estado de Efeso; o de Pérgamo no de Esmirna, e o de Tiatira no de Pérgamo. Mas as últimas fases, as de Tiatira, Sardo, Filadélfia, e Laodicéia, continuam juntas até terminar a história da Igreja no mundo, marcada pela volta de Cristo, que é mencionado como o alvo dos vencedores em cada uma das últimas igrejas. Por isso julgamos que as últimas fases serão encontradas em diversas partes do mundo ao mesmo tempo. Temos dito que Tiatira representa a igreja de Roma plenamente desenvolvida; Sardo representa as igrejas protestantes no seu desenvolvimento; Filadélfia representa as diversas revivificações que têm surgido durante os dois últimos séculos, e Laodicéia é mais o aspecto que se encontra hoje nos países protestantes.
A BÍBLIA
Antes de descrever a história dos vários países, devemos dizer umas palavras acerca da base da nossa fé - a Palavra de Deus. A atitude de cada nação e de cada pessoa com respeito à Bíblia determina seu estado espiritual. Onde o livro sagrado está fechado ao povo, aí há ignorância, trevas, injustiças e corrupção. Onde a Palavra de Deus é lida e apreciada, aí há inteligência, justiça e progresso.
Duas coisas, especialmente, resultaram em tornar a Palavra de Deus um livro ao alcance do povo mais uma vez na história da Igreja. Devido à entrada dos turcos em Constantinopla, muitos dos literatos gregos fugiram para toda a parte da Europa, levando seus escritos na língua grega. Tornou-se praxe nas Universidades da Europa o ensino da língua grega, que é a língua original do Novo Testamento. Os professorese estudantes começaram a estudar o Novo Testamento no original, e muitos tiveram os seus olhos abertos para os erros da Igreja de Roma, e aceitaram a verdade de Deus. Estes homens naturalmente queriam pôr as verdades encontradas ao alcance de todos, e para isso era necessário a tradução da Bíblia para as línguas modernas. Mas um livro em manuscrito custava muito caro para os pobres. O descobrimento da arte tipográfica durante o mesmo século barateou grandemente o preço dos livros, e pôs o Novo Testamento ou a Bíblia toda ao alcance de muitas pessoas que sabiam ler. A Igreja Romana reconheceu somente a Vulgata, a tradução de Jerônimo, feita no século V, das línguas originais para a Latina, que no tempo deste tradutor era a língua quase universal. No século XV o Latim já não era a língua de qualquer nação, mas era usado em conferências internacionais, políticas ou eclesiásticas. A Igreja Romana continuou com a sua liturgia nesta língua morta.
FONTE: História do cristianismo / A. E. Knight [e] W. Anglin. – 2ª ed. - Rio de Janeiro : Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1983.
Nenhum comentário:
Postar um comentário