segunda-feira, 11 de julho de 2011

História da Igreja desde a Reforma

Imagem cedida por: http://cadurinaldi.wordpress.com/2010/10/28/primeiro-sculo-da-era-crist/


Esta História do Cristianismo descreve a história da Igreja no Ocidente da Europa até a Reforma. Propomo-nos em seguida, a escrever um resumo da história da Igreja desde a Reforma.
O Breve Esboço dividiu a história em diversas épocas, seguindo a visão profética contida nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. Esta profecia, aparentemente, segue a história da igreja ocidental, e seguiremos o mesmo trilho, depois de dizer umas palavras acerca de outras seções da Igreja.

A IGREJA ORTODOXA, OU GREGA

Nos séculos VI e VII, quando o bispo de Roma procura­va obter a supremacia na Igreja universal, os bispos das igrejas no Oriente não queriam reconhecer a sua autorida­de. As sedes principais eram Constantinopla (capital do império oriental), Antioquia (capital eclesiástica da Síria), e Alexandria (no Egito). No século VII, os seguidores de
Maomé conquistaram a Síria, a Palestina, e o Egito, des­truindo os templos cristãos, e muitas vezes oferecendo aos crentes a alternativa de conversão à religião falsa, ou a morte. As hostes do Islã não entraram na Europa oriental até o século XV. Durante este intervalo, a Sé de Constantinopla resistia à autoridade do papa de Roma. O bispo de Constantinopla é chamado "Patriarca", e os bispos (ou pa­triarcas) da Igreja Ortodoxa são mais ou menos indepen­dentes uns dos outros. A Igreja Ortodoxa está cheia de ritualismo. A liturgia é na língua grega antiga, e também em eslava antiga. A maior parte da península dos Bálcãs, an­tes da invasão dos turcos, era adepta dessa igreja. Hoje os ortodoxos entendem pouco da sua liturgia, devido ao diale­to ter mudado consideravelmente. Durante os séculos V e VI, diversas raças de eslavos entraram na península, e a li­turgia foi traduzida na sua língua, mas hoje este dialeto é também diferente. Ao fim do primeiro milênio, certos mis­sionários entre os eslavos foram à Rússia para evangelizar o povo, e, gradualmente, a religião ortodoxa espalhou-se por entre esse vasto território, até chegar a ser a religião es­tabelecida pelo governo da Rússia. No ano de 1453, os tur­cos (maometanos) passaram para a Europa, e a cidade de Constantinopla caiu nas suas mãos, e depois toda a penín­sula balcânica. Mais uma vez os maometanos derrubaram as igrejas cristãs mas deixaram a catedral de Santa Sofia em Constantinopla, convertendo-a numa mesquita (tem­plo maometano), mudando a cruz para uma lua crescente (símbolo maometano). A Igreja Ortodoxa sendo persegui­da, ficou reduzido o número dos seus adeptos, e muitos fu­giram, levando livros e a língua grega para a Europa Oci­dental. A Igreja Ortodoxa, porém, persistia. Mais tarde os imperadores da Rússia, sendo da Igreja Ortodoxa, e sem­pre inimigos da Turquia, protegeram as raças gregas e es­lavas na Península, contra os turcos.
A Reforma não influiu na Igreja Ortodoxa. Melanchton, o companheiro de Lutero, escreveu ao Patriarca de Constantinopla, dando-lhe um relatório das doutrinas lu­teranas, segundo a Confissão de Augsburgo, e sugerindo que a Igreja Oriental aceitasse as doutrinas da Reforma. O Patriarca e seus colegas examinaram as novas idéias, e de­clararam que eram doutrinas falsas e não podiam aceitá-las. Mais tarde, no ano de 1621, um patriarca piedoso, re­conhecendo a Reforma, fez a sugestão aos ortodoxos para que aceitassem o Credo de Calvino. Os jesuítas, porém, fi­zeram uma grande propaganda contra isso, e, por acusa­ções falsas, conseguiram a morte do bom Patriarca, e as­sim a Igreja Grega continua até hoje com a sua corrupção.
Durante o século dezenove, os diversos países balcâni­cos conquistaram sua independência. Quando da Grande Guerra, no ano 1917, a Rússia tornou-se bolchevista e ateia, proibindo qualquer religião no país ou mesmo que nele entrasse uma só Bíblia. Missionários ingleses e ameri­canos têm trabalhado nos países da Península, mas têm encontrado muitas dificuldades, devido à ignorância do povo, e ao fanatismo dos padres e às leis dos governos.

A IGREJA ARMÊNIA

A Igreja Armênia existia no país chamado Armênia, en­tre o mar Negro e o Cáspio, mas agora está quase extinta. Era um cristianismo corrupto, e no fim do século passado e na primeira metade deste século, quase toda a nação foi exterminada pelos turcos, apesar dos protestos constantes do governo inglês. Hoje, o povo que ainda resta é pobre e está espalhado por diversas nações.

A IGREJA CÓPTICA

A Igreja Cóptica existe no Egito e na Abissínia. Quando os maometanos conquistaram o Egito, os cristãos sofreram perseguições, mas muitos continuaram firmes na fé, e a Abissínia não foi conquistada pelos árabes. A sede do Pa­triarca é Alexandria e ele é quem sempre nomeia o bispo da Abissínia. Este país foi evangelizado por Frumêncio que entrou ali no ano 330. A religião é um cristianismo cor­rupto. No século XVI, a Igreja Romana enviou missioná­rios portugueses à Abissínia. Tiveram bom êxito no princí­pio, mas finalmente foram todos expulsos, e o povo da Etiópia voltou à sua antiga religião. Durante o presente século, diversos missionários ingleses têm trabalhado no país, e foram bem auxiliados pelo imperador Haile Selassie. Era um homem de fé e retidão, mas foi obrigado a fugir na guerra de 1935, quando os exércitos da Itália conquista­ram todo o país. O governo italiano expulsou todos os mis­sionários, e os italianos mataram muitos dos crentes indí­genas. No ano de 1941, os italianos foram expulsos pelos exércitos britânicos, e o Imperador voltou à sua pátria, e prometeu ajudar tanto quanto possível os missionários que voltaram.

A IGREJA NO OCIDENTE DA EUROPA

Devemos voltar ao nosso assunto principal, que é a his­tória da Igreja na Europa Ocidental. Temos notado, nas primeiras quatro igrejas da visão profética de Apocalipse capítulos 2 e 3 um desenvolvimento. O estado de Esmirna desenvolve-se no estado de Efeso; o de Pérgamo no de Es­mirna, e o de Tiatira no de Pérgamo. Mas as últimas fases, as de Tiatira, Sardo, Filadélfia, e Laodicéia, continuam juntas até terminar a história da Igreja no mundo, marca­da pela volta de Cristo, que é mencionado como o alvo dos vencedores em cada uma das últimas igrejas. Por isso jul­gamos que as últimas fases serão encontradas em diversas partes do mundo ao mesmo tempo. Temos dito que Tiatira representa a igreja de Roma plenamente desenvolvida; Sardo representa as igrejas protestantes no seu desenvolvi­mento; Filadélfia representa as diversas revivificações que têm surgido durante os dois últimos séculos, e Laodicéia é mais o aspecto que se encontra hoje nos países protestan­tes.

A BÍBLIA

Antes de descrever a história dos vários países, deve­mos dizer umas palavras acerca da base da nossa fé - a Pa­lavra de Deus. A atitude de cada nação e de cada pessoa com respeito à Bíblia determina seu estado espiritual. Onde o livro sagrado está fechado ao povo, aí há ignorân­cia, trevas, injustiças e corrupção. Onde a Palavra de Deus é lida e apreciada, aí há inteligência, justiça e progresso.
Duas coisas, especialmente, resultaram em tornar a Palavra de Deus um livro ao alcance do povo mais uma vez na história da Igreja. Devido à entrada dos turcos em Constantinopla, muitos dos literatos gregos fugiram para toda a parte da Europa, levando seus escritos na língua grega. Tornou-se praxe nas Universidades da Europa o en­sino da língua grega, que é a língua original do Novo Tes­tamento. Os professorese estudantes começaram a estudar o Novo Testamento no original, e muitos tiveram os seus olhos abertos para os erros da Igreja de Roma, e aceitaram a verdade de Deus. Estes homens naturalmente queriam pôr as verdades encontradas ao alcance de todos, e para isso era necessário a tradução da Bíblia para as línguas modernas. Mas um livro em manuscrito custava muito caro para os pobres. O descobrimento da arte tipográfica durante o mesmo século barateou grandemente o preço dos livros, e pôs o Novo Testamento ou a Bíblia toda ao alcan­ce de muitas pessoas que sabiam ler. A Igreja Romana re­conheceu somente a Vulgata, a tradução de Jerônimo, fei­ta no século V, das línguas originais para a Latina, que no tempo deste tradutor era a língua quase universal. No sé­culo XV o Latim já não era a língua de qualquer nação, mas era usado em conferências internacionais, políticas ou eclesiásticas. A Igreja Romana continuou com a sua litur­gia nesta língua morta.

FONTE: História do cristianismo / A. E. Knight [e] W. Anglin. – 2ª ed. - Rio de Janeiro : Casa Publicadora das As­sembléias de Deus, 1983.

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