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"Porquanto ainda sois carnais; pois,
havendo entre vós inveja e contendas,
não sois porventura carnais, e não estais
andando segundo os homens?" I Coríntios 3.3.
Na visão de Deus, e inspirada pelo Espírito Santo nas Escrituras, este tipo de crente, anda em inveja, ciúmes e contendas. O nome carnal, já identifica qual a situação deste crente diante de Deus, isto é: aquele que anda na carne, mesmo dizendo-se um crente. O apóstolo Paulo, testemunha na Palavra de Deus, da sua situação quando vivia neste tipo de vida: "Pois, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, suscitadas pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte" Romanos 7.5.
Paulo aprovava a lei de Deus, e considerava-a espiritual; mas sendo carnal, estava vendido sobre o pecado. Nesta situação, ele não conseguia fazer o bem que queria, mas o mal que não queria isto é o que fazia, pois ele disse: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim” Romanos 7.14-17. Nesta passagem o apóstolo Paulo mostra claramente qual a situação de um crente carnal. Todo crente carnal não consegue fazer o bem que quer, mas somente o mal que não quer, por causa do pecado que habita nele.
Verdadeiramente esta também não tem sido a sua situação? Jesus nos disse que “pelos seus frutos os conhecereis”. Não existe ninguém que esteja na carne, e esta carne não se manifeste pelas suas obras. O apóstolo Paulo sobre isto diz: “Eu faço o que não quero”. Em outro lugar, ele também afirma: “Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus” Gálatas 5.19-21.
O apóstolo Paulo, ainda nos fala que estando alguém na carne, este processo torna-se uma lei nele: “Acho então esta lei em mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros” Romanos 7.21-23. Lei é tudo aquilo que se repete e nunca muda, portanto, esta condição se torna lei na vida do crente carnal, porque sempre ele quer fazer o bem, mas durante toda a sua vida, encontra esta lei impedindo-o de fazer o bem que quer, mas o mal que não quer, esse acaba sempre fazendo. Os que são carnais inclinam-se sempre para as coisas da carne (Romanos 8.5). Isso é natural, é da natureza humana, e nenhum esforço ou prática religiosa pode mudar isto diante de Deus.
Como as obras da carne são manifestas, os crentes carnais, tanto homens como mulheres, jovens e adolescentes, tem muitos problemas com a prostituição, impureza e lascívia. A prostituição é o ato de unir um corpo que pertence ao Senhor, a uma meretriz. Quem faz isto, torna-se um só corpo com ela, e este é o único pecado que o homem comete contra o seu próprio corpo (I Coríntios 6.16-18). Grande parte dos crentes carnais, não comete a prostituição ou o adultério em si, mas possui um desejo desenfreado, incontrolável, que os fazem cobiçar as moças da igreja, até mesmo uma esposa formosa de algum irmão. Tem prazer em pornografias encontrada com facilidade nas revistas, vídeos cassete e televisão.
Muitos tentam reprimir esses desejos por meio de jejuns, orações, vigílias, subida em montes, bem como a severidade para com o corpo; mas esta lei do pecado e da morte sempre os leva a prática do pecado que está nos seus membros. Conseguem às vezes eliminar muitas coisas, tais como: o cigarro, a bebida, os bailes e etc...; mas não conseguem se livrar deste desejo carnal e desta sensualidade. Juntamente com a sensualidade, a impureza está diretamente ligada, produzindo as intenções imorais internas. Os pensamentos maus e impuros estão sempre assolando a mente dos crentes carnais.
Os que possuem algum temor, muitas vezes buscam no momento em que aparecem essas intenções, pensarem em alguma outra coisa, clamar pelo sangue de Jesus, invocar o seu nome ou coisa parecida. Até chegam a pedir a Deus que limpe as suas mentes, mas até em sonhos essas intenções os assolam. Levando-os muitas vezes a ceder às paixões da carne, pensando com isto estarem livres de cometerem o ato em si, mas acabam vendo que a mesma lei continua guerreando contra a lei do seu entendimento. Neste caso, sempre a lei do pecado mostra-se superior à sua vontade de obedecer a Deus, e em seguida vem o remorso, e a dor na consciência.
Não é somente esta sensualidade que assola os crentes carnais, mas as divisões e as contendas também são comuns, tanto nas igrejas, como nos lares desses crentes. Sempre estão tomando partido por algum grupo ou pastor contra outro grupo da mesma igreja. As assembléias são impraticáveis, nunca se consegue unanimidade e consenso. Criam inimizades de uns contra os outros, trazendo com isto a mágoa e o ressentimento. O ciúme por cargos de destaque na igreja, bem como dos trabalhos especiais são comuns entre estes crentes. Do ciúme nasce a inveja, isto é, o desejo de adquirir algo que não lhes pertencem, tornando-os hostis, agressivos, passando então a usar de artimanhas para tentar derrubar o rival. O ódio, o desejo de vingança, e a aversão a outras pessoas, assim como a maledicência e a infâmia, também se tornam um sentimento e uma prática comum entre estes crentes.
É muito comum também nos crentes carnais o pecado da vanglória. A vanglória é um desejo muito grande pela exaltação do seu ego. Alguns querem ser reconhecidos pela quantidade de dinheiro que oferecem à igreja através dos seus dízimos. Outros, por causa da sua superioridade nos estudos ou cargos públicos. O prazer pela bajulação, o ser consultado, o estar em evidência a outras igrejas, são as principais características dos carnais. Tais ministros desprezam as igrejas menores e fazem de tudo para irem para as igrejas maiores, em busca de maiores salários e aquilo que elas oferecem como benefício próprio. Esses ministros mostram claramente, que não se preocupam com o rebanho, mas com a sua condição de vida, indo atrás do lucro. Para estes, os membros da igreja não passam de trampolim para a sua tão desejada fama. Não estamos com isto dizendo que todos os ministros, sem exceção são carnais, mas se estas são as características de algum ministro, esse tal é um carnal.
Os grupos também são muito comuns entres os crentes carnais. Os ricos possuem o seu próprio grupo e não se misturam com os pobres; e se o ministro é um carnal, ele dará muito mais atenção a esta classe mais abastada, deixando assim de atender os mais pobres, por não trazerem a ele nenhum benefício.
Em suma, o crente carnal está sempre envolvido nessas práticas, aprovando a vontade de Deus, mas vendo nos seus membros a imoralidade sexual, a fornicação, os pensamentos impuros, o desejo pela pornografia, os gracejos indecentes, as conversas tolas, a hostilidade, a rivalidade, a discórdia, a maledicência, o desejo de vingança, o ódio, as divisões, a inveja, e tudo o que satisfaça a carne, tais como: comida, viagens, dinheiro, fama, prestígio e etc..., ainda que seja um líder ou mesmo um ministro da Palavra.
O crente carnal possui uma grande estima própria. Julga sempre que os outros não estão no mesmo grau de espiritualidade que eles. Consideram-se capazes de ensinar a outros, prometendo-lhes até liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção e participantes dos mesmos erros. São ágeis em esconder os seus pecados, em camuflar os seus desejos, mas estão sempre prontos a condenar os erros dos outros.
É natural para o crente carnal apontar para o pecado dos outros. Fala de quase tudo o que é aparente nos outros, com uma linguagem até bastante severa. As exortações e as pregações são em alto tom, como se o exemplo se dá pelo que se diz e não pelo testemunho do seu viver. O crente carnal quando contrariado fala dos outros, buscando com isso justificar sua vida aparente. Acham que o discurso pode encobrir seus pecados. Quando bajulado, exalta as pessoas e as colocam na mais alta estima. O crente carnal deseja ardentemente mostrar sua diferença espiritual para dominar os outros.
Eu aprendi uma coisa durante esses anos de vida cristã que pode ser colocado como um referencial para uma avaliação. Alguém que muito fala contra certo pecado nos outros é o seu pecado mais sério. Um ministro que muito prega contra a cobiça, revela o seu pecado mais encoberto: "Ainda que eu fosse justo, a minha própria boca me condenaria; ainda que eu fosse perfeito, então ela me declararia perverso" Jó 9.20.
Não precisamos usar exemplos para tornar verídica a Palavra de Deus, pois a própria Palavra é viva e eficaz (Hebreus 4.12). Mas conta alguém que um pastor falava aos membros de sua igreja, do perdão, da compreensão, do amor, em ter os filhos em toda a sujeição e bem disciplinados. As esposas deveriam ser submissas aos seus maridos, como os maridos deveriam tratar as suas esposas com amor, considerando-as como um vaso mais frágil. Nunca procurar o seu próprio proveito, mas sim o que é do outro. Na semana seguinte, após uma viagem que o pastor tinha feito, chegando no horário do culto de domingo a noite, ao entrar para pregar, encontrou ao lado do púlpito toda a mobília de sua casa. Assustado, perguntou o que tinha acontecido, e sua esposa levantando-se do banco e disse-lhe: - “Eu quero viver com o homem que prega neste púlpito como meu marido, porque o que vai para casa depois do culto, não é o mesmo”. Talvez você ache graça neste exemplo, mas esta é a situação da maioria dos ministros das igrejas. Se eles são assim, que diremos então de todos esses rebanhos que estão espalhados por ai?
No que diz respeito a sua vida espiritual, todo o testemunho de experiência do crente carnal com Deus se baseia em suas emoções. Para ele a vida cristã está baseada em emoções. O crente carnal é uma alma vivente, e está sempre cheio de testemunhos de experiências pessoais, mas isso não passa de emoções religiosas. Quando inquirido sobre sua fé e esperança, sempre fala de suas experiências tais como: visões, arrebatamentos, revelações, tremedeiras e etc... Choram, caem, riem, pulam, mas nem sabem em que tropeçam (Provérbios 4.18-19).
Outros exibem seus troféus divinos por terem alcançado alguma graça, cura, bênçãos e prosperidade, mas nunca por fé na obra de justiça que Deus realizou em Cristo: "... sempre aprendendo, mas nunca podendo chegar ao pleno conhecimento da verdade" II Timóteo 3.7. "...antes seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado" Romanos 3.4.
Satanás é mestre em dar várias emoções às almas dos crentes carnais, e eles a recebem como sendo de Deus: "E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras" II Coríntios 11.14-15. O crente carnal é sensual, vive de sensações e está sempre a procura delas. Aonde disserem que tem alguém fazendo sinais e maravilhas, lá ele deseja estar: "Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, e os conduziu à parte a um alto monte; e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias" Mateus 17.1-4.
O crente carnal está sempre precisando de estímulos. O arrependimento, a consagração, e o pedido de perdão a Deus, são constantes em suas vidas, pois vive cometendo transgressões. Os desejos mundanos são muito maiores do que a leitura bíblica, as orações e a comunhão com Deus. Isto sem dizer do medo da perdição e da incerteza da salvação. O crente carnal está sempre em dúvida. Num dia pensa estar convicto da sua fé. Chora, arrepende-se, promete nunca mais cometer tal transgressão, mas logo se vê condenado e envergonhado novamente diante de Deus. Está sempre pronto a fazer alguma coisa para alcançar a vida eterna, mas não está pronto a renunciar tudo quanto tem, nem mesmo a sua vida, para servir só a Jesus (Lucas 18.18-22).
O apóstolo Pedro, antes de sua experiência de novo nascimento, foi um exemplo deste crente carnal. Ele disse a Jesus que estava pronto para ir com Ele tanto para a morte, como para a prisão. Mas Jesus que conhece os corações, não o enganou, mas mostrou-lhe a necessidade de uma real conversão, e que antes que o galo cantasse, ele ficaria convencido que era um carnal, porque iria negá-lo por três vezes. Quando aconteceu, o remorso fez com que ele chorasse amargamente (Lucas 22.32-34 e 54-62). O crente carnal sempre está pronto a prometer coisas para Jesus, mas na primeira provação, também o nega como fez Pedro. Será que esta não é também a sua situação? Lembre-se, só o diabo tem interesse no seu engano.
FONTE: http://www.vida.emcristo.nom.br
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