quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Destruição de Sodoma e Gomorra - Flavio Josefo

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32.  Gênesis 78 e 7 9. Os povos de Sodoma, cheios de orgulho por sua abun­dância e grandes riquezas, esqueceram-se dos benefícios que haviam recebido de Deus e não foram menos ímpios para com Ele do que ultrajosos para com os homens. Odiavam os estrangeiros, e chafurdaram-se em prazeres inomináveis. Deus, irritado pelos seus crimes, resolveu castigá-los: destruir a sua cidade de tal modo que não restasse o menor vestígio dela, tornando o país tão estéril que jamais pudesse produzir fruto ou planta alguma.

33.  Um dia, quando Abraão estava sentado à porta de sua casa, junto ao carvalho de Manre, três anjos apresentaram-se a ele. Tomou-os por estrangeiros e, tendo-se levantado para saudá-los, ofereceu-lhes a sua casa. Os anjos aceita­ram a sua hospitalidade. Abraão mandou matar um vitelo, que lhes foi servido assado com bolos de farinha. Puseram-se à mesa debaixo do carvalho, e pareceu a Abraão que eles comiam. Perguntaram-lhe depois onde estava a sua mulher. Ele respondeu-lhes que estava em casa e mandou logo chamá-la. Quando ela chegou, disseram-lhe que voltariam algum tempo depois e a encontrariam grá­vida. A essas palavras ela sorriu, porque, sendo idosa tendo já noventa anos, e seu marido, cem , julgava que fosse impossível. Então os anjos, não mais se ocultando, declararam que eram enviados de Deus, um para anunciar-lhes que teriam um filho e os outros dois para exterminar Sodoma. Abraão, consternado pela ruína daquele povo infeliz, rogou a Deus que não fizesse morrer os inocen­tes com os culpados. Deus respondeu-lhe que não havia lá inocentes e que, se ao menos dez fossem encontrados como tais, Ele perdoaria a todos os outros. De­pois dessa resposta, Abraão não ousou mais falar em favor deles.

34.  Os anjos chegaram a Sodoma, e Ló, a exemplo de Abraão, também se mostrou muito atencioso para com os estrangeiros, rogando-lhes que ficassem em sua casa. Os habitantes dessa detestável cidade, vendo-os tão belos e tão apresentáveis, pediram a Ló, em cuja casa eles haviam entrado, que os entregas­se, para que se servissem deles. Esse homem justo censurou-os, rogando-lhes que tivessem mais compostura, que não lhes fizessem injúria alguma, ultrajando os estrangeiros que estavam hospedados em sua casa, e que não violassem em suas pessoas os direitos da hospitalidade. Acrescentou que, se essas razões não os persuadissem, ele preferia entregar-lhes as próprias filhas. Mas nem isso os convenceu. Deus contemplava com olhares de cólera a ousadia daqueles celerados, e feriu-os com tal cegueira que não puderam achar a saída da casa de Ló. Resol­veu então exterminar aquele povo abominável. Ordenou a Ló que se retirasse com toda a sua família e avisasse àqueles aos quais as suas duas filhas, que ainda eram virgens, haviam sido prometidas em casamento que também partissem. Mas eles zombaram do aviso, dizendo que era uma das habituais imaginações de Ló. Deus então lançou do céu os raios de sua cólera e de sua vingança contra essa cidade criminosa. Ela foi imediatamente reduzida a cinzas, com todos os seus habitantes. O mesmo fogo destruiu toda a região vizinha, como já disse na minha história da Guerra dos Judeus.

35. A mulher de Ló, que fugia com ele, contrariando a proibição divina, vol­tou-se para trás, a fim de ver a cidade e o terrível incêndio. Foi transformada numa estátua de sal e assim castigada pela sua curiosidade. Falei em outro lugar dessa estátua, que ainda hoje pode ser vista.
FONTE: Extraído do livro História dos Hebreus de Flavio Josefo.

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