sábado, 28 de maio de 2011

A História do Monge Arsênio


Imagem cedida por:  http://paoevinho.wordpress.com/page/5/?pages-list


Se houve um homem que deveria ter certeza de sua salvação no momento de sua morte, este homem era o monge Arsênio, conhecido como o Pai do Deserto. Todo o mundo da época reconhecia Arsênio como o mais santo entre os homens. Mas infelizmente, toda uma vida dedicada ao ministério monástico não foi suficiente para lhe trazer paz no momento de sua morte.
19 de julho de 455 d.C. - falecia apavorado o monge Arsênio, o Pai do Deserto.
Os monges ao redor de Arsênio estavam assombrados. À medida que a morte se aproximava do monge mais velho do deserto, em torno do ano 455 AD, eles o viam chorar e reconhecer que seu pranto era de medo. Não somente estes monges, mas todo o mundo da época reconhecia Arsênio como o mais santo entre os homens.
“De verdade, Pai, o senhor está com medo?” – perguntavam eles.
“De verdade,” respondeu Arsênio. “O medo que tenho nesta hora tem estado em mim desde que me tornei um monge.”
Tal declaração parece refletir uma séria debilidade em grande parte do monasticismo. Se houve um homem que deveria ter certeza de sua salvação no momento de sua morte, este homem era Arsênio. Filho de um senador, ele havia se tornado uma espécie de acessor em Constantinopla. Com o passar dos anos, sua vida de prazeres e luxos causou-lhe insatisfação.
Uma voz persistente lhe dizia: “Arsênio, abandone a companhia dos homens e você será salvo.” Finalmente, ele decidiu seguir a voz, renunciando suas riquezas e posição para ser tornar um monge.
Arsênio se apresentou perante um outro pai do deserto chamado João “o Anão”, para ser ensinado por ele. Mas quando os monges se sentaram para comer, João deixou que Arsênio permanecesse em pé. Arsênio esperou pacientemente. Finalmente, João jogou um pedaço de pão aos seus pés, dizendo que se ele quisesse poderia comê-lo. Arsênio humildemente se agachou para comer o pedaço de pão que estava no chão. Satisfeito com a humildade deste recém-chegado, João o aceitou.
Dez anos mais tarde, o tio de Arsênio, também senador, morre deixando-o uma grande herança em seu testamento. Arsênio a rejeita, dizendo que “eu já havia morrido muito antes do senador que morreu recentemente.”
Ele orava por várias horas, constantemente chorando por seus próprios pecados e pelos pecados de outros, dormindo somente uma hora por dia, comendo muito pouco, tendo quase nada, costurando cestas de folhas de palmeira.
Ele vivia isolado até mesmo dos outros monges e sempre se negava a receber aqueles que vinham visitá-lo. Ao ser indagado sobre a razão disso, ele explicou: “Deus sabe o quanto eu amo a todos vocês, mas não posso estar com Deus e com os homens ao mesmo tempo; e não passa pela minha cabeça deixar Deus de lado para conversar com os homens.”
Pouco mais de quarenta histórias de Arsênio chegaram até nós. Tristemente, nenhuma delas a respeito de Jesus Cristo. Este foi o ponto fraco deste tipo de monasticismo. Sua ênfase estava no sofrimento heróico como um meio para a salvação, quando somos ensinados nas Escrituras a “crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo.”
Arsênio adotou um estilo de vida que refletia sua crença no isolamento como caminho para a salvação. Tal prática não lhe trouxe paz no momento de sua morte. Este mesmo conflito levou Martinho Lutero a, por fim, regozijar-se na redescoberta do Evangelho bíblico – justificação pela fé em Cristo somente.
Não obstante, Arsênio é reputado como um santo no calendário de algumas igrejas. Seu dia festivo é 19 de julho.

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