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O profeta Jonas lutou com a tentação de se exaltar acima de Deus, a seguir seus próprios desejos em lugar de obedecer às ordens de Deus, e ele perdeu essa batalha. O profeta rejeitou a Palavra de Deus de forma flagrante, e se tornou tão moralmente inepto que acabou se convencendo de que poderia fugir da presença de Deus. Entretanto, ele descobriu, de forma marcante, que YHWH não era estranho a Jope ou às veredas marítimas que o levaram a Társis. O resultado da rebelião do profeta foi passar três dias e três noites na barriga de um grande peixe!
Jonas chegou ao arrependimento, é claro, e sua oração de contrição e confissão está relatada em Jonas capítulo 2. Nessa oração, Jonas clamou angustiado, após ter sido lançado no "profundo, no coração dos mares" (2.3). Lamentou o fato de que por causa de sua própria impiedade ele se encontrou no "abismo" com algas marinhas enroladas em sua cabeça (2.5). Mesmo quando ele estava "desfalecendo" à medida que o fôlego da vida quase fugia dele, ele "lembrou do Senhor", fixou os olhos de sua alma no templo no qual YHWH havia colocado Seu nome (2.7), e reconheceu sua tolice e pecado. Então Deus respondeu resgatando o profeta de dentro do grande peixe.
No salmo de arrependimento de Jonas (Jonas 2.2-9) encontramos uma breve afirmação que fala diretamente ao assunto em pauta: "Aqueles que acreditam em ídolos inúteis desprezam a misericórdia" (v. 8, NVI). Em outras palavras, o pecado é tanto sedutor quanto destruidor.
PECADO: ENGANADOR E DELICIOSO
Ao falar da natureza sedutora do pecado, Jonas reconheceu que havia "acreditado em ídolos inúteis". A palavra hebraica traduzida por "acreditar" significa "devotar-se a". Ela sugere determinação persistente ou uma inclinação para algo a despeito das influências para fazer o contrário. A mentirosa vaidade à qual Jonas se apegou era "falso amor por seu país, que ele não gostaria de ver seu povo sendo levado cativo, quando Deus o faria; não preservaria Nínive, a inimiga de seu país". Mas a frase "ídolos inúteis" é mais genérica, e abrange "todas as coisas que o homem transforma em ídolos e em objetos de confiança".
Dispositivos humanos contrários à vontade de Deus são "ídolos inúteis"; vazios, não trazem qualquer satisfação; mentindo, prometem paz e segurança, mas trazem tormento e problemas terríveis. Isso Eva descobriu, Faraó descobriu, Israel descobriu quando foram atrás das veredas dos pagãos. Assim o próprio Jonas descobriu. Deforma que todos os que abandonam a Fonte das águas vivas cavam para si cisternas rotas que são incapazes de reter água. Os dispositivos do mundo para atingir a felicidade sem Deus são, de fato, "vaidade das vaidades".
Com relação à natureza destrutiva do pecado, Jonas reconheceu em sua oração que ao apegar-se a mentiras vazias e que servem a seus próprios fins, ele havia "desprezado a misericórdia"; tinha falsificado a bondade e a graça que Deus anelava derramar sobre ele.
Em Deus encontra-se a salvação; longe de Deus encontra-se a destruição. Existe algo apavorante no destino aqui descrito daqueles que, quando o Salvador pode ser encontrado, viram suas costas para Ele, para procurar e servir a outros deuses. A respeito desses afirma-se que "desprezaram a misericórdia". Eles agem contra os mais altos interesses; recusam as mais ricas bênçãos; repudiam seu mais verdadeiro Amigo.
Keil desenvolve o mesmo pensamento com referência ao alerta de Jonas com relação a "desprezar a misericórdia":
A alma do homem não pode ser satisfeita com palha de milho. Quando os servos de Deus seguem a palha de milho, estão despre¬zando a misericórdia. E equivalente ao filho pródigo mudar-se da casa do pai para uma sociedade de arruaceiros e prostitutas: "Mui¬to sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no SENHOR, a misericórdia o assistirá" (Si 32.10). O caminho da obediência é sempre o caminho da segurança, paz e conforto; a obediência negligenciada é um precursor certo de problema; uma consciência má jamais pode ser a precursora de doce contentamento.
O significado, então, da confissão de Jonas é simplesmente o seguinte: aqueles que, de forma teimosa, apegam-se a mentiras sedutoras, privam-se da misericórdia e da bondade que Deus anela derramar sobre eles. Lá do ventre do abismo (2.2), Jonas reconheceu a impiedade que desonrava a Deus e a tolice de sua teimosia que destruía a alma, e se arrependeu.
FONTE: www.josemarbessa.com
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