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O imperador Domiciano, de natural inclinado à crueldade, deu morte primeiro a seu irmão, e logo suscitou a segunda perseguição contra os cristãos. Em seu furor deu morte a alguns senadores romanos, a alguns por malícia, e a outros para confiscar seus bens. Depois mandou que todos os pertencentes à linhagem de Davi fossem executados.
Entre os numerosos mártires que sofreram durante esta perseguição estavam Simeão, bispo de Jerusalém, que foi crucificado, e são João, que foi fervido em óleo e depois desterrado a Patmos. Flavia, filha de um senador romano, foi do mesmo modo desterrada ao Ponto; e se ditou uma lei dizendo: "Que nenhum cristão, uma vez trazido ante um tribunal, fique isento do castigo sem que renuncie a sua religião".
Durante este reinado se redargüiram várias histórias inventadas, com o fim de danificar os cristãos. Tal era a paixão dos pagãos que toda fome, epidemia ou terremoto que assolasse qualquer das províncias romanas, era atribuída aos cristãos. Estas perseguições contra os cristãos aumentaram o número de informantes, e muitos, movidos pela cobiça, testemunharam em falso contra as vidas de inocentes.
Outra dificuldade foi que quando qualquer cristão era levado ante os tribunais, era submetido a um juramento de prova, e se recusavam tomá-lo, eram sentenciados a morte; também, se confessavam serem cristãos, a sentença era a mesma.
Os seguintes foram os mais destacados entre os numerosos mártires que sofreram durante esta perseguição.
Dionísio, o areopagita, era ateniense de nascimento, e foi instruído em toda a literatura útil e estética da Grécia. Viajou depois a Egito para estudar astronomia, e realizou observações muito precisas do grande eclipse sobrenatural que teve lugar no tempo da crucifixão de nosso Senhor.
A santidade de sua forma de viver e a pureza de suas maneiras o recomendaram de tal modo entre os cristãos em geral que foi designado bispo de Atenas.
Nicodemo, um benevolente cristão de alguma distinção, sofreu na Roma durante o furor da perseguição de Domiciano.
Protásio e Gervásio foram martirizados em Milan.
Timóteo, o célebre discípulo de são Paulo, foi bispo de Éfeso, onde governou zelosamente a Igreja até o 97 d.C. neste tempo, quando os pagãos estavam para celebrar uma festa chamada Catagogião, Timóteo, enfrentando-se à procissão, os repreendeu severamente por sua ridícula idolatria, o que exasperou de tal modo a plebe que caíram sobre ele com paus, e o espancaram de maneira tão terrível que expirou dois dias depois pelo efeito dos golpes.
FONTE: O livro dos Mártires de John Fox
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