domingo, 24 de abril de 2011

Orientações para odiar o Pecado (1ª Parte) por Richard Baxter

I. Orientação

        Se esforce tanto para conhecer a Deus quanto para ser afetado pelos Seus atributos. Viva sempre diante Dele. Ninguém pode conhecer o pecado perfeitamente porque ninguém pode conhecer Deus perfeitamente. Você não pode conhecer o pecado mais do que você conhece a Deus, contra quem o seu pecado é cometido; a malignidade formal do pecado é relativa, pois é contra a vontade e os atributos de Deus. O homem piedoso tem algum conhecimento da malignidade do pecado porque ele tem algum conhecimento do Deus que é ofendido pelo mesmo. O ímpio não tem um conhecimento prático e prevalente da malignidade do pecado porque eles não têm um conhecimento de Deus. Aqueles que temem a Deus temerão o pecado; aqueles que em seus corações são irreverentes e impertinentes para com Deus, serão, em seus corações e em suas vidas, a mesma coisa para com o pecado; o ateísta, que acha que não existe Deus, também acha que não há pecado contra Ele. Nada no mundo inteiro irá nos mostrar de maneira tão simples e poderosa a maldade do pecado, do que o conhecimento da grandeza, bondade, sabedoria, santidade, autoridade, justiça, verdade, e etc., de Deus. Portanto, o senso da Sua presença irá reviver em nós o senso da malignidade do pecado.

II. Orientação

        Considere bem o ofício de Cristo, Seu sangue derramado e Sua vida santa. Seu ofício é expiar o pecado e destruí-lo. Seu sangue foi derramado por ele. Sua vida o condenou. Ame a Cristo e você odiará o que causou Sua morte. Ame-O e você irá amar ser feito à imagem Dele, e odiará aquilo que é tão contrário a Ele. 

III. Orientação

        Pense bem o quão santo é a obra e o ofício do Espírito Santo, e quão grande misericórdia isto é para nós. Irá o próprio Deus, a luz celestial, descer a um coração pecaminoso para iluminá-lo e purificá-lo? E ainda devo manter minha escuridão e corrupção, em oposição a essa maravilhosa misericórdia? Embora nem todo pecado contra o Espírito Santo seja uma blasfêmia imperdoável, tudo é ainda mais agravado por meio disso.

IV. Orientação

       Considere e conheça o maravilhoso amor e a misericórdia de Deus, e pense no que ele tem feito por você e você odiará o pecado, e terá vergonha dele. É um agravamento do pecado até mesmo para a razão comum e a ingenuidade, que devemos ofender um Deus de infinita bondade que encheu nossas vidas de misericórdia. Você será afligido se você tem injustiçado um extraordinário amigo; seu amor e sua bondade virão aos seus pensamentos e você sentirá raiva de sua própria maldade. De um lado veja a grande lista das misericórdias de Deus pra você, para sua alma e seu corpo. Do outro, observe satanás, escondendo o amor de Deus de você, e tentando você debaixo de uma pretensa humildade de negar Sua grande e especial misericórdia; procurando destruir seu arrependimento e humilhação escondendo também o agravamento do seu pecado.

V. Orientação

       Pense no propósito da existência da alma humana. Para que ela fora criada? Para amar, obedecer, e glorificar nosso Criador; e você verá o que é o pecado, pois ele perverte e anula esse propósito. Quão excelentemente grande e santa é a obra para o qual fomos criados e chamados para fazer! E deveríamos desonrar o templo de Deus? E servir ao diabo em sua imundície e tolice, quando deveríamos receber, servir, e glorificar nosso Criador?

VI. Orientação

       Pense bem quão puros e doces deleites uma alma santa pode desfrutar de Deus em Sua santa adoração; e então você verá o que o pecado é, pois ele rouba-nos destes deleites e prefere uma luxúria carnal ao invés deles. Oh com quão grande felicidade poderíamos realizar cada dever, quão grandes frutos poderíamos produzir servindo nosso Senhor, e que deleites encontraríamos em Seu amor e aceitação, e como pensaríamos mais na bem-aventurança eterna, se não fosse o pecado; o qual afasta as almas dos portões dos céus, e as faz cair, como um suíno, no seu amado lamaçal.

VII. Orientação

      Considere a vida que você deverá viver para sempre, se você for para o céu; e a vida que os santos vivem lá agora; e então não pense que o pecado, que é tão contrário a isso, não seja uma coisa tão vil e odiosa. Ou você viverá no céu, ou não. Se não, você não é um daqueles para quem eu falo. Se você for, você sabe que lá não há prática de pecado; não há mente mundana, orgulho, paixões, luxúria e prazeres carnais lá. Oh se você pudesse ver e ouvir apenas uma hora, como aqueles abençoados espíritos estão elevadamente amando e magnificando o glorioso Deus em pureza e em santidade, e quão longe eles estão do pecado, isso faria você repugnar o pecado e ver os pecadores num estado de extrema decadência como homens nus nadando em seus excrementos. Especialmente, pensar que vocês têm esperança de viver para sempre com aqueles santos espíritos; e, portanto o pecado será desgostoso para você. 

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